Gegoc consegue transferência de presos mais perigosos do sistema alagoano
O Grupo Estadual de Combate às Organizações Criminosas (Gecoc) conseguiu a transferência de 12 reeducandos de alta periculosidade que estavam presos no sistema prisional alagoano. O grupo foi transportado em um avião da FAB no início da manhã desta sexta-feira (19) para o Presídio Federal de Catanduvas, no Paraná. A mudança foi autorizada pelos juízes da 17ª Vara Criminal, especializada no combate ao crime organizado. Na lista estão traficantes, homicidas, assaltantes de banco e sequestradores que tentam manter o comando de atividades criminosas dentro e fora das cadeias alagoanas.
Segundo os promotores Alfredo Gaspar de Mendonça, Edelzito Andrade e Hamilton Carneiro Júnior, a existência de organizações criminosas atuando dentro do sistema é uma das principais motivações para a retirada imediata deste grupo de presos. O pedido foi feito com base na resolução 557/07 do Conselho de Justiça Federal que regulamenta os procedimentos de inclusão e de transferência de pessoas presas para unidades do Sistema Penitenciário Federal. A operação foi executada pelo Batalhão de Operações Especiais (Bope).
Outro ponto de destaque para a transferência imediata é o elevado número de telefones celulares e armas de fogo que estão dentro dos presídios Baldomero Cavalcanti e Cyridião Durval. As mortes recentes, as fugas e a corrupção generalizada dentro do sistema também serviram para embasar o pedido do Gecoc. Fora isso, alguns nomes comandavam a disputa de pontos de venda de droga em Alagoas, até mesmo no sistema prisional.
Segundo os promotores, a medida visa aliviar o absoluto descontrole dentro dos presídios, bem como reconstituir a ordem e o comando dentro das unidades prisionais. "Essa é uma decisão acertada da 17ª Vara e que visa prevenir problemas no futuro. Não queremos que a sociedade permaneça como refém destes grupos que usam das brechas no sistema para dominar o mundo do crime de dentro da cadeia. Acreditamos que essa transferência vai desconstituir essas organizações criminosas", alertaram os promotores.
ENTENDA - O Presídio Federal de Catanduvas foi inaugurado em 2006 e abriga alguns dos criminosos mais perigosos do país. Estão no local os detentos que comprometam a segurança dos presídios, que possam ser vítimas de atentados ou que estejam em Regime Disciplinar Diferenciado (RDD). O local é de segurança máxima e até hoje não registrou nenhuma fuga ou sequer uma rebelião.
Ao todo, 17 portões de ferro separam a cela da porta de entrada da penitenciária, que é monitorada 24 horas por dia por cerca de 200 câmeras de vídeo. A segurança é feita por 250 agentes penitenciários federais, que se revezam nas guardas interna e externa do presídio.
Dentro da unidade são utilizadas armas não-letais, normalmente adotadas em contenção de distúrbios. Já na parte externa, é empregado armamento pesado, com armas de grosso calibre para reação imediata.
Para a segurança dos agentes, a comunicação com os presos só é permitida em casos de extrema necessidade. Para essas situações, os funcionários tem as conversas gravadas por microfones.
Veja a lista de quem foi transferido:
Osvaldo Correia de Souza, "Coroa" - tráfico de drogas e homicídios
José Eraldo Bezerra Leite, "Eraldo do Gás" - seqüestro e roubo
Sérgio Murilo de Araújo Leite, "Sérgio do Ovo" - homicídios
Ricardo dos Santos Soares, "PCC" - assalto de bancos
Adeilson José da Silva, "Pernambuco" - sequestro
Roberto de Oliveira Silva, "Chicó" - tráfico de drogas e homicídios
José Antônio Alves da Silva, "Vaqueirinho" - assalto de cargas e tráfico
Antônio Marcos Soares dos Santos, "Carioca" - tráfico de drogas
Jonathan Lopes da Silva, "Mano" - sequestro e homicídios
Flávio Soares da Silva, "Flávio Ceguinho"- tráfico de drogas
Josinaldo Liboa da Silva, "Lisboa" - assaltos e homicídios
Israel dos Santos Teixeira, "Raia" - tráfico de drogas
0 Comentários
Faça um comentário construtivo para esse documento.